terça-feira, 20 de março de 2012

Transporte alternativo tem se tornado perigoso em Fortaleza


Na Capital, existem 320 topiques cadastradas distribuídas em 16 linhas. Uma equipe da Etufor realiza vistoria

As topiques surgiram como uma alternativa para o transporte público convencional, mas, hoje, esses veículos estão sempre lotados, nos horários de pico, e apresentam os mesmos problemas encontrados nos ônibus. Por isso, em Fortaleza, essa atividade tem se tornado difícil e até perigosa para a população.

A jornalista Liliane Luz Alves de Oliveira estava na topique da linha 03 e quando foi descer no ponto da Rua Firmino Rocha Aguiar seu pé ficou preso na porta do veículo e por isso ela acabou caindo no asfalto e também se ferindo. "Quando os passageiros viram que eu estava com meu pé preso na porta eles começaram a gritar para que o motorista não continuasse a viagem. Mas ele acelerou e eu cai imediatamente. Machuquei minha perna, braço e também as costas", explicou a jornalista.
Os usuários de topiques em Fortaleza enfrentam muitos transtornos diariamente ao utilizar o transporte alternativo. Os veículos estão sempre lotados nos horários de pico e ainda há o desrespeito dos motoristas e cobradores
Liliane acrescentou que precisou da ajuda das pessoas que estavam na parada de ônibus para se levantar e conseguir juntar os seus pertences espalhados pela pista. Ela reclamou da falta de assistência do motorista e do cobrador do transporte. "Logo depois do acidente ele parou a topique. Mas quando viu que eu me levantei acelerou o veículo e foi logo embora", disse.

A jornalista contou que se sentiu desrespeitada como usuária do transporte público da Capital. "Mal consigo movimentar o braço. As costas doem bastante. O joelho está inchado e ralado. Tive que vir trabalhar de táxi, pois não consigo andar direito".

Em busca de alguma solução ela ligou para a Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) e fez uma denúncia. "Eles me disseram que o permissionário será chamado para informar o que está acontecendo, assim como o motorista e o cobrador. Além disso, eles me deram o protocolo para poder acompanhar o caso", afirmou.

Medo

A aposentada Maria Alves Gusmão utiliza, quase todos os dias, as topiques para trafegar pela cidade. Mas ela conta que sempre sente medo ao utilizar o transporte alternativo. "São muitos problemas. Nos horários de pico é muito lotado. É difícil até para respirar. Os motoristas não respeitam ninguém", reclamou.
O técnico em informática Tadeu Silva Pinheiro acredita que a única solução para que os problemas sejam solucionados é uma fiscalização mais eficaz. "Eles têm medo de ser multados. Por isso se souberem que existe uma boa fiscalização vão respeitar as leis e os passageiros também".

Segundo o chefe da Divisão de Fiscalização da Etufor, José Josino de Medeiros, em Fortaleza, existem 320 topiques cadastradas e estão distribuídas em 16 linhas. Para realizar a fiscalização, uma equipe vistoria os veículos em qualquer hora e local. São verificadas a parte elétrica, visualização das informações, itens de segurança e se o condutor é corretamente cadastrado.

Para fazer uma reclamação ele disse que basta a população ligar para o número: (85) 3452-9318. As topiques são monitoradas 24 horas por dia pela Etufor, através de sistema de posicionamento global (GPS) para que em casos de qualquer ocorrência o órgão já seja avisado. "A pessoa passa a reclamação para Etufor e a nossa equipe mais próxima do local vai averiguar o caso". Quando o usuário se sente prejudicado, explicou Medeiros, o órgão houve o permissionário e o motorista, depois coloca os fatos na ficha deles. Se algo acontecer novamente, dependendo da gravidade, a carteira do motorista pode até ser caçada. "Precisamos ouvir os dois lados e investigar o caso para que ninguém seja prejudicado", frisou.
Fonte: Diário do Nordeste

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