A Mercedes-Benz trabalha para nos próximos anos reduzir a apenas cinco o número de plataformas globais de ônibus. Ao mesmo tempo, a fabricante quer aumentar a quantidade de produtos em seu portfólio. Apesar de parecer antagônicas, as duas metas caminham na mesma direção, segundo Christian Flecksteiner, diretor de desenvolvimento de ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. “É possível, porque podemos compartilhar diversos elementos em diferentes chassis de 12 a 50 toneladas. A partir de uma plataforma fazemos adaptações para atender a diferentes mercados”, diz.
O Brasil tem papel fundamental nessa estratégia, pois funciona no País o único dos três centros mundiais de desenvolvimento tecnológico fora da Alemanha. “O CDT brasileiro é nossa referência global em chassis, pois nos outros dois projetamos ônibus completos, com a carroceria, que aqui é montada sobre o chassi por empresas encarroçadoras”, diz Flecksteiner. “Aqui projetamos chassis que vão rodar diversos países, como Índia e Turquia.”
Ele conta que a entrada em vigor, em janeiro passado, da nova etapa do programa brasileiro de controle de emissões de poluentes para motores diesel, o Proconve P7, também foi uma oportunidade para reduzir o número de plataformas de ônibus. A Mercedes-Benz aproveitou o P7 para renovar toda sua linha de produtos este ano. Desde 2007, quando chegou ao CDT de São Bernardo do Campo (SP), Flecksteiner vem trabalhando na redução de módulos e multiplicação de produtos.
Flecksteiner conta que, atualmente, os 250 profissionais do CDT brasileiro dedicados ao desenvolvimento de ônibus trabalham em dez projetos em curso. Até o fim deste ano mais três modelos devem estar finalizados.
O mercado latino-americano de ônibus tem grande importância para a estratégia comercial da Mercedes-Benz nesse segmento. Dos 310 mil ônibus acima de 8 toneladas vendidos no mundo todo no ano passado, 46,8 mil foram comprados em países da América Latina, sendo que metade deles tem chassis da marca alemã.
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