terça-feira, 20 de março de 2012

Fortaleza: Sinalização confunde motoristas


Quem conhece bem Fortaleza, consegue andar sem precisar se orientar pelas placas de sinalização. Mas, quem não conhece depende muito delas para conseguir chegar ao seu destino. Se observarmos bem, no entanto, algumas dessa placas muitas vezes não orientam ou estão colocadas de forma errada. É o que está acontecendo com o cruzamento da Rua Padre Valdevino com a Avenida Rui Barbosa, que tem duas placas, uma que indica para virar à esquerda na avenida e outra mostrando que se pode entrar sentido praia, quando a via tem orientação apenas para o sertão. 
Muitos motoristas que passam pelo local percebem o erro, mas seguem o caminho sem prejudicarem o fluxo. No entanto, o motorista que veio da cidade de Granja, que fica a 345 km de Fortaleza, Antônio Eduardo Alves dos Santos, comentou que a placa errada é uma falta de responsabilidade. "Eu não sei andar muito bem por aqui e me guio muito pela sinalização. Se tivesse na Padre Valdevino com certeza iria entrar na Avenida na contramão e causaria um acidente", declarou. 

As pessoas que são acostumadas a passar pela via não prestavam muita atenção na colocação das duas placas, no entanto, quando atentavam, não conseguiam conter o riso ou a indignação. Um deles foi o taxista Antônio Eduardo Ferreira, que, em meio à risada, comentou que a placa deveria ser retirada do local e jogada no lixo. "Isso é sem noção, não poderia estar neste local de forma alguma", declarou o taxista. 

O presidente da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), Fernando Bezerra, que é o órgão responsável pela colocação da sinalização da cidade, declarou que a placa pode ter sido alvo de vandalismo. "Nós estamos em uma cidade em que isso (ato de vandalismo) acontece muito. Inclusive a Padre Valdevino é uma via onde acontecem muitos roubos de placas". Com relação a esse caso, o gestor explicou que o que pode ter acontecido é alguém ter ido lá e virado, já que o material que a prende é facilmente cortado com um alicate. 

Fernando Bezerra relatou que geralmente recebe muitas reclamações de placas roubadas. "Quando nós colocamos sinalização para proibir estacionar, tem gente que vai lá e tira para que não haja restrição e sempre com dois ou três dias depois nós precisamos ir até o local novamente para recolocar a placa". O chefe do Núcleo de Trânsito da AMC, Arcelino Lima, afirma que nessa sexta-feira, a placa já foi corrigida e reforça que talvez a sinalização tenha sido alvo de vandalismo. 

Orientação 
Rodando pela cidade percebemos que existem casos de placas que indicam como chegar aos pontos turísticos, porém, no decorrer das ruas tem a sinalização complementar. Um exemplo disso é o que acontece na Avenida Monsenhor Tabosa, antes da Rua Boris, que tem uma placa indicando o caminho para chegar até o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. No entanto, quando entramos na Rua Boris e viramos à esquerda, da Rua Rufino Alencar, no deparamos com a Rua Almirante Jaceguai que tanto pode entrar sentido praia como sertão, mas não tem uma indicação para que lado fica o Dragão do Mar. 

Arcelino Lima, comentou que as vezes acontece que uma placa ou outra fica sem continuação, devido às mudanças pelas quais a cidade passa. "Devido ao dinamismo às vezes fica incompleto. Mas, está sendo feito um levantamento das placas que precisam desse complemento". 

Durante toda a extensão da Avenida Beira-Mar, e da Praia do Futuro vemos poucas placas de indicação, principalmente para os pontos como teatros e praças. O taxista Hernane Rocha, 45, relata que muitos dos passageiros que são turistas que entram no seu veículo, relatam que preferem andar de táxi por não saber onde ficam os lugares. "Muitos deles sempre perguntam o porquê da não indicação da Praça do Ferreira e nem do Theatro José de Alencar. Eles afirmam que é por isso que preferem os táxis, porque já sabemos onde ficam as coisas ". 

O taxista Antônio Neuto Pinheiro Rodrigues, que fica sempre na Avenida Beira-Mar, declarou que há lugares, na Capital Cearense, em que um turista não pode ir sozinho se não conhecer direito. "Em algumas avenidas tem a indicação, por exemplo, para se chegar no Mercado Central apontado para um lado, sendo que este prédio fica para o lado oposto. Isso confunde". 

O presidente da AMC explicou que quem vem de fora não entende as placas devido à forma como a cidade foi construída. "Fortaleza é uma cidade em forma de xadrez e há, sempre, várias rotas para se chegar a um mesmo local. Assim, os turistas pensam que está errado. Diferentemente do que acontece no Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo", explica. 

Com relação à escassez de placas na Avenida Beira-Mar e na Praia do Futuro o Arcelino Lima explica que é proposital. "Nós indicamos primeiro um bairro, quando vai se chegando a ele começamos a indicar os pontos que nele existem. É uma política, que é até recomendada em edital", comentou. 

Hernane Rocha ainda declarou que muitos turistas afirmam ter medo de andar de ônibus, pois receiam não chegarem no local em que desejam, por não saberem qual pegar. Mas, aqueles que não moram aqui, ou estão há pouco tempo residindo na Cidade, podem contar com ajuda da Casa do Turista, que existe em três pontos, na Avenida Beira-Mar, no Mercado Central e na Praça do Ferreira. Lá eles disponibilizam um guia que vem com um mapa com os principais pontos turísticos e históricos, assim como um mapa com algumas rotas de ônibus.
Fonte: Diário do Nordeste

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