terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fortaleza se prepara para cumprir a lei da mobilidade

Alguns estados e municípios já começam a se articular para cumprir a nova lei que trata da política nacional de mobilidade urbana. Em Fortaleza, o principal desafio corresponde à priorização do transporte público, pois a Capital já apresentaria "avanços" sobre os demais pontos. Porém, vereadores consideram graves os problemas na área e cobram mais ações da Prefeitura.

"Fortaleza precisa se adequar em alguns pontos. O que a cidade precisa hoje é priorizar o transporte público e a utilização das vias", assevera Ademar Gondim, que preside o Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Transporte Urbano e Trânsito e a Etufor. Ele argumenta que a Capital está adiantada porque já havia adotado os principais aspectos da Lei: gestão participativa e política tarifária.

Uma das exigências da lei federal é que cada cidade com mais de 20 mil habitantes desenvolva um plano de mobilidade urbana alinhado ao Plano Diretor. Para isso, a Prefeitura de Fortaleza iniciou, na última semana, uma série de reuniões com entes que trabalham diretamente com o tema. A ideia é elaborar o novo Plano de Mobilidade Urbana, que deverá ser enviado à Câmara Municipal. "Aguardamos apenas a conclusão do Plano Diretor", afirma Gondim.

Sobre o assunto, o vereador Salmito Filho (PSB) lembra que o Plano Diretor da Capital foi aprovado em 2008 e que deveria ter sido regulamentado no prazo de dois anos e meio, o que ainda não ocorreu. "Isso, de certa forma, inviabiliza o avanço na mobilidade urbana", atenta.

O ponto mais polêmico da lei nacional de diretrizes para a mobilidade trata da possibilidade de os prefeitos instalarem pedágios. Sobre esse aspecto, Ademar Gondim disse acreditar que Fortaleza ainda tem outras medidas a adotar visando melhorar a circulação na Capital. Como exemplo, ele cita a restrição de estacionamentos para viabilizar novas faixas de veículos.

Críticas
Ademar Gondim diz não considerar que Fortaleza tenha grandes problemas na mobilidade urbana, mas admite dificuldades por conta do estilo de vida da população. Entendimento diferente é de alguns vereadores da Capital. São várias as críticas sobre o assunto levadas constantemente à tribuna da Câmara.

"O que nos estamos vendo são falas bonitas e pouca ação", dispara o vereador Salmito, pedindo uma atuação mais expressiva na área pela Prefeitura. Para ele, é preciso reduzir os pontos de estrangulamento, desenvolver políticas educativas aos condutores, além de garantir uma legislação que discipline o trânsito.

Já o líder do Governo na Câmara, vereador Ronivaldo Maia (PT), diz que várias cidades revelam estrangulamentos e engarrafamentos generalizados em função da falta de um plano de mobilidade atual. "O município já deveria ter feito isso para evitar a situação que se chegou", avalia.

O petista salienta a importância do planejamento nas intervenções viárias e diz que a Câmara deverá se envolver no debate para reduzir os problemas da cidade. "A primeira noção é que não abriremos mais mão de obras sem fazer a drenagem. É um contrassenso. O que temos que tentar é uma redução de danos", atenta o vereador.
Fonte: Diário do Nordeste

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