sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Mais da metade dos paulistanos abandonaria a cidade


Falta de segurança, má prestação de serviços e transportes e trânsito com problemas são os principais motivos para que o cidadão não queira mais ficar em São Paulo.
Trânsito cada vez mais congestionado, com maior número de poluição e perda na qualidade de vida, além de transportes coletivos ruins são os principais motivos que fariam com que mais da metade da população deixasse São Paulo, se pudesse. Além destes fatores, há a falta de segurança e desonestidade de políticos e agentes públicos. Os dados são da nova pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo.
Trânsito cada vez mais congestionado, com maior número de poluição e perda na qualidade de vida, além de transportes coletivos ruins são os principais motivos que fariam com que mais da metade da população deixasse São Paulo, se pudesse. Além destes fatores, há a falta de segurança e desonestidade de políticos e agentes públicos. Os dados são da nova pesquisa feita pelo Ibope a pedido da Rede Nossa São Paulo.
Prestes a completar mais um aniversário em 25 de janeiro de 2012, a cidade de São Paulo não tem cativado seus moradores e recebe o desprezo daqueles constituídos para cuidar da qualidade de vida e continuação dos serviços no município.
A conclusão é de uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, dia 18 de janeiro de 2012, pela Rede Nossa São Paulo e realizada pelo Ibope.
Mais da metade dos 1 mil 512 entrevistados, exatamente 56%, declarou que se pudesse deixaria a cidade de São Paulo e moraria em outro lugar.
Os motivos são os mesmos de há muitos anos, só que com percentuais maiores: falta de honestidade dos políticos e agentes públicos, má prestação de serviços públicos, falta de segurança, congestionamentos e transportes coletivos insuficientes.
De acordo com a pesquisa, a nota dada à qualidade de vida na cidade foi 4,9, muito baixa para um município que arrecada muito e é considerado a locomotiva da economia brasileira. Em outras palavras, a riqueza que São Paulo gera não é transformada em bem estar para as pessoas.
Na questão segurança, 89% das pessoas se sentem pouco seguras ou nada seguras na cidade, sendo que 69% tem medo de roubos e assaltos.
A área, no entanto, recebeu nota maior que os transportes públicos e mobilidade. Foram analisadas 169 áreas sendo que 74% receberam notas abaixo de 5,5%.
Os transportes foram a terceira pior nota: 4,3, numa possibilidade de zero a dez.
O levantamento mostra novamente o que outra pesquisa da Rede Nossa São Paulo revelou: as pessoas querem transporte público de qualidade e deixariam seus carros em casa. Elas citam a expansão do metrô e dos corredores de ônibus como estímulos a não usarem os transportes individuais.
O paulistano assim está ciente que o excesso de carros de passeio prejudica a qualidade de vida na cidade, por conta da poluição e congestionamentos.
Trânsito que não só traz problemas em relação à falta de fluidez e ao desperdício de recursos e de tempo pelo fato de os carros ficarem parados queimando combustível a toa e fazendo seus motoristas perderem tempo que poderia ser usado para produzirem algo, aprenderem ou ao menos descansarem com a família. E o descanso adequado também resulta em produtividade no dia seguinte. Trabalhador, executivo, professor, enfim, qualquer ser humano cansado, não rende.
Mas além destes fatores negativos, o excesso de veículos traz outro problema: a violência no trânsito, que assusta a 20% dos entrevistados. Ainda de acordo com a pesquisa, 17% deles, temem ser atropelados, ou seja, apesar dos programas e campanhas, o pedestre, que deveria ser privilegiado no espaço urbano, ainda se sente acuado.

ZONA LESTE É A PIOR EM TRANSPORTES

A falta de serviços mais adequados de transportes públicos, em especial corredores de ônibus e metrô, como apontaram os entrevistados, é sentida em toda a cidade de São Paulo.
Mas é na zona Leste que a situação se agrava, a mesma região que vai sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014.
De acordo com a pesquisa, por dia, quem mora na zona Leste demora até 3 horas e 40 minutos para ir e voltar do trabalho.
É justamente na região que a prefeitura desistiu de construir um corredor de ônibus na Avenida Celso Garcia que amenizaria os problemas de transportes até a conclusão do metrô, que deve demorar anos, e que depois de feito o metrô, não ficaria ocioso, já que atenderia demandas locais e poderia diminuir a esperada superlotação do metroferroviário.
É justamente na zona Leste também que opera o pior consórcio de transportes da cidade, na opinião do Ministério Público e da própria SPTrans ao órgão, o Consórcio Leste 4, alvo de uma ação civil pública por má prestação de serviços e suspeitas de irregularidades quanto às pessoas jurídicas e destino de recursos que deveriam ser usados para a melhoria dos transportes.
São esperadas mudanças com a operação em definitivo da Ambiental Trans, do Grupo Ruas, no lugar da Himalaia, que já começa a renovar a frota de trolebus.

CONFIRA ALGUMAS NOTAS E AVALIAÇÕES FEITAS NA PESQUISA

Satisfação em relação às áreas, notas de zero a dez – das sete piores prestações de serviços
- TRANSPARÊNCIA, HONESTIDADE E PARTICIPAÇÃO POLÍTICA: 3,5
- ACESSIBILIDADE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA: 3,9
- TRANSPORTES PÚBLICOS E MOBILIDADE: 4,3
- SEGURANÇA: 4,4
- HABITAÇÃO: 4,5
- EDUCAÇÃO: 5
- SAÚDE: 5,1
Avaliação do desempenho da Prefeitura de São Paulo
- RUIM / PÉSSIMA: 30 %
- REGULAR: 52%
- ÓTIMA / BOA: 17%
- NÃO REPONDERAM: 1%
Avaliação do desempenho da Câmara dos Vereadores
- RUIM / PÉSSIMA: 42%
- REGULAR: 42%
- ÓTIMA / BOA: 11%
- NÃO RESPONDERAM: 5%
Adamo Bazanijornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

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